domingo, 19 de abril de 2015

O veneno que entra... e a gente não vê

Estou com algumas dificuldades financeiras e existenciais atualmente, mas desde o final de 2013 entrei num processo de limpeza. Olho para minha vida hoje e vejo que fui e sou feliz, que não tenho lá muita vocação para ser infeliz, e que esse é meu problema real. Sofro mais por não gostar da vida comum e estática, por ser sonhadora e idealista do que por problemas tangíveis. Na verdade, eu não tenho muito jeito com a realidade, nunca tive, portanto sofro mais por não conseguir transformar sonhos em realidade do que por levar uma vida de dificuldades. Enfim.

Todo esse processo tem me feito perceber que meus melhores momentos acontecem quando estou sozinha - que minha essência é melhor e mais pura quando não estou me misturando. Tenho me percebido mais reclusa do que o normal por conta disso, mas atualmente é o que está funcionando melhor. Algumas pessoas e ambientes tem me desequilibrado profundamente, e eu ainda não me sinto pronta para enfrenta-los. Não enquanto a minha casca não for grossa o suficiente para proteger o que está dentro.
Minha capacidade de empatizar ou simpatizar sempre foi um problema. Eu sou muito sensível, e não deveria. Mas o texto não é só sobre ser sensível e suscetível, mas sobre o dano que ambientes e comportamentos causam, e a todo o redor, não só a quem é sensível como eu.


Percebo direto como é fácil a gente se envenenar com pequenas coisas, como as situações nos tiram do sério, por mais que estejamos centrados. A tolerância de cada um a essas agressões é o que faz a diferença, porém os danos são os mesmos, ainda que se demore mais ou menos tempo para ser atingido.


Vivemos em uma cidade de gente nervosa, infeliz. Os assuntos mais abordados são financiamento, juros, alta do dólar, trânsito, meios de transporte e problemas interpessoais no trabalho. Percebo também gente que não está totalmente inserida nisso, mas que ainda assim tem por hábito ficar falando que as horas não dão pra nada, sobre a escola que tem deixado o filho e sua peregrinação para encontrar uma vaga, preços. Ou seja, parece haver uma cultura da chatice e da infelicidade. Um hábito incansável por (não só) viver as coisas chatas do cotidiano, mas ficar o tempo inteiro falando sobre elas.


Sem perceber, vamos entrando nisso. Ao invés de tratar nossa rotina de maneira mais leve, ou seja, sem nos prender ás bobagens do dia dia, vamos adquirindo o hábito de falar sobre elas o tempo todo e - pior - torna-las o assunto principal de nossas vidas vazias. Pense comigo... poderíamos falar de novas músicas e artistas, de baladas e viagens novas, de idéias, e até dos vídeos engraçados do youtube, mas preferimos falar da alta do dólar por exemplo... pra ter assunto? pra desabafar? pra bancar o inteligente e informado talvez?
Eu me pergunto muitas vezes porque não deixar para falar dos problemas quando eles realmente forem grandes... e realmente precisarem de atenção.


E sim... quando percebemos já estamos lá... a gente fica nervoso e irritado e nem sabe o porquê. O desespero é contagioso. E nem tente mudar o assunto ou ficar longe... corre-se o risco de ser taxado de chato, lunático ou alienado... eu mesma já ouvi muitos desses adjetivos.


Com o passar dos anos fui me tornando uma dessas pessoas. Fui ficando chata e amarga. E digo mais, ganhei uma certa maestria nisso. Consegui ser a mais chata e amarga de todos os meus amigos, sempre com alguma bobagem estressante para falar.
Está sendo um processo difícil, mas interessante me desenvenenar. Confesso que é terrível me pegar repetindo o mesmo comportamento, e ainda mais terrível perceber o desenrolar destas coisas ao meu redor. Às vezes bate um desespero de ver praticamente todo mundo agindo assim, de ver que essas são as únicas coisas que se tem pra falar, de morar numa cidade em que isso é regra, não exceção. Talvez mudar da cidade também seja uma possibilidade no meu processo de cura. No momento, vou tentando me apegar a tudo de bom que eu puder, nem que para isso tenha que rezar e meditar o dia todo. Ainda que reclusa. Ainda que sozinha.




segunda-feira, 6 de abril de 2015

Sobre as dificuldades de também ser idiota...

O maior peso no coração que carrego é sempre o meu. Não sei se com todo mundo é assim, mas no fim eu acho que é.
A dor de quem tem o coração limpo nunca dura muito. É mais fácil superar o que nos fazem de mal se estamos de consciência limpa. Mas perdoar a si mesmo, isso sim é difícil.

Esses dias eu estava bem triste carregando um peso no peito, e o Wagner me disse que eu deveria tolerar ser humana. E eu disse pra ele que não estava no mundo pra isso, que não estava aqui pra agir como todo mundo e sim pra superar essa condição humana, no sentir e no saber.
Depois de cabeça mais fria, analisei com calma o que eu tinha dito e me achei tola. Porque se fosse pra superar alguma condição do tipo, eu não teria vindo ao mundo como tal. E me perdoei pelo que estava sentindo. E tudo ficou mais fácil.
Acho que a gente sofre muito mais por não se perdoar. Por se espelhar... O sofrimento somos nós... Não os outros.

Percebo o quanto é e sempre foi relativamente fácil pra mim perdoar aos outros, mas como ainda é difícil perdoar a mim mesma, e como meu perfeccionismo me machuca. Perdoar a si mesmo é levar uma vida mais leve, sem o jugo do EGO. Não se perdoar, se exigir a perfeição é ego... Aceitar que é humano, que erra de vez em quando, que tem problemas, que sente coisas ruins é um ato de humildade que aos poucos estou aprendendo a ter.

E quer saber... Quando a gente se perdoa por ser idiota ás vezes, sobra mais espaço para amar. E é isso que importa. Amar e ser amado... Não tem problema se você mesmo ou as outras pessoas são idiotas de vez em quando... De vez em sempre... Ou se elas são tão legais que 
você sofre muito quando as decepciona. Não tem problema.
Espero que esse Post tenha ajudado alguém que também se sinta assim...

Postagem de 13/03/2015 (link)

Profissão: Administrador de Egos

- Qual é a sua formação?
Administradora de egos em empresas.
- ah sei... fez ADM?
Não, até porque qualquer faculdade que você faça e qualquer profissão formal que você exerça, vai te levar a trabalhar com isso. E apenas com isso 
Emoticon wink
Acordem enquanto é tempo crianças.
Postagem do face de 21/03/2015 (link)

A postagem que inspirou o blog


Eu to com saudade master daqueles canais e programas dedicados ao faça você mesmo. Tô com saudades de ver senhoras fofas e amorosas fazendo comida na tv, daquela sensação gostosa de parecer que estão cozinhando pra mim, que estão me ensinando... E mais ainda daqueles programas "do you it yourself"... Que ensinavam coisas boas e interessantes para as crianças, mas que os adultos também aprendiam. 
Aquelas histórias doces, simples e algumas lindas de chorar, tipo "Peter Rabbit e seus amigos".
Essas pequenas coisas... De tomar chá quentinho a tarde com bolo e sentar em frente à tv pra assistir...
Tenho tristeza e um pouco de revolta quando vejo gente perdendo tempo e dinheiro com produção de programas de fofoca, com "drama show", com invasão e falta de respeito a individualidade humana. Não dá pra falar nada de bom? Assim, só pra variar?
Que tal deixar o mundo mais confortável e bonito... Que tal acolher e transmitir essa sensação aos outros, ao invés de só segregar? É um círculo vicioso. A gente assiste essas drogas e fica com vontade de xingar as pessoas... É a perpetuação da infelicidade.
Sabe, eu fui uma criança sozinha. Era sempre eu e minha irmã. Nós criamos um mundinho todo nosso, porque nem sempre nossos pais podiam estar. Vai ver é isso.
Ficar tanto tempo sozinha tornou minha mente fértil, inquieta, mas carente de aconchego, desses pequenos detalhes que tanto valorizo agora. Eu sou muito sensível pra uma geminiana. Com lua em Áries. E isso confunde as pessoas... Kkkkkk
Me vejo com vontade de aprender tricot e crochê, sonhando em morar numa casa na árvore que cheire permanentemente a café recém passado. Gosto de assistir a programas de construção de casas sustentáveis, gosto da Palmirinha. E sonho também em ter uma horta, e um jardim com muito espaço para plantas.
Quero meditar. Ficar quieta. Tomar chá a tarde escrevendo o que me vier de bom a mente... ter um galinheiro...
No fundo, lá no fundinho, eu sempre soube que era assim, meio hippie, meio velhinha, e essa Tati só precisava de um empurrãozinho pra aparecer. A verdade... É que eu quero estar em qualquer lugar onde eu possa ter um fogãozinho pra esquentar a água pro chá ou pro café e onde se possa ver as estrelas... É bem simples. Acho que não preciso de muito mais que isso.



Postagem de 26 de Fevereiro desse ano, postada no facebook (link)